segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Teve Flipinha? Tem certeza?

Se formos listar os livros que mais marcaram nossas vidas, certamente ali estarão livros de LIJ. Por isso, me surpreende que não seja amplamente discutido a falta que os autores de literatura infantil e juvenil fizeram na FLIP. Sim, oficialmente houve uma Flipinha. Mas estava longe de ser o evento dos anos anteriores, que contava com mesas específicas de autores dedicados à LIJ e com a participação das escolas da região. Era um trabalho que começava bem antes dos dias da festa e que culminava na visita dos autores pesquisados às escolas. Os livros eram lidos com antecedência e trabalhos eram realizados pelos alunos.

A literatura infantojuvenil forma os leitores da literatura adulta. É o ponto de partida para a criação de um país de leitores. E o Brasil se destaca no gênero. Temos muitos autores de qualidade e estamos entre os melhores do mundo, tendo ganhado 3 prêmios Hans Christian Andersen, além de importantes prêmios de ilustração.

Apesar de tudo isso, a literatura infantil e juvenil não é valorizada como deveria. Muitos ainda acham que criança lê qualquer porcaria, algo como "o cachorrinho fofinho roeu o ossinho" (assim, com todos os diminutivos), e não enxergam as dificuldades na criação de narrativas modernas e os esforços empenhados na atual produção literária. A dedicação de editores, de profissionais do livro e de autores de texto e de imagem transformaram muitos livros infantis em verdadeiras obras de arte. Alguns deveriam ser leitura obrigatória para todas as idades. E creia, muita gente se surpreenderia ao descobrir que mais livros de LIJ passarão a fazer parte de suas listas de livros marcantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário